Esporotricose felina: saiba o que é e como tratar

gato usando colar elizabetano para tratamento da esporotricose felina
Gato usando colar elizabetano

Você sabe o que é a esporotricose felina? Ainda que você não conheça a fundo a doença, certamente sabe alguns dos principais sintomas dessa doença tão comum entre os gatinhos. 

Para saber mais sobre a esporotricose felina e como evitá-la, continue acompanhando esse artigo!

O que é a esporotricose felina?

A esporotricose felina é uma doença ocasionada por fungos do gênero Sporothrix. Os mais populares são o Sporothrix Schenckii e o Sporothrix brasiliensis. 

É importante dizer que o Sporothrix Schenckii é o principal causador da esporotricose felina no mundo, pois está espalhado por diversos países.

Entretanto, no Brasil e em parte da América do Sul o Sporothrix brasiliensis representa uma epidemia, com diversos casos que aconteceram a partir da década de 1990, principalmente pela grande quantidade de gatos vivendo nas ruas. Vale ressaltar que a situação é considerada endêmica no Rio de Janeiro. 

Nesse sentido, essa é uma questão que preocupa bastante as autoridades sanitárias, visto que a esporotricose é uma doença que infecta outros mamíferos, além dos gatos, como os humanos. 

Vale dizer que o fungo Sporothrix é bastante resistente, pois trata-se de um gênero dimórfico dependente de temperatura.

Isso significa que em temperatura ambiente, o Sporothrix está na forma filamentosa, produzindo conídios, que são estruturas que ficam suspensas no ar e são infectantes.

Já em temperatura corporal, quando infectam um hospedeiro, o Sporothrix passa para a forma leveduriforme, na qual se adapta melhor ao organismo e consegue infectar os órgãos e causar a esporotricose. 

Médica veterinária verificando se o gato tem lesões por esporotricose
Médica veterinária examinando um gato

Como a esporotricose é transmitida?

A esporotricose pode ser transmitida por meio do solo, pedaços de madeira no chão, em árvores ou vegetais. 

Inclusive, devido a essa característica de o Sporothrix estar presente na matéria orgânica, já que o meio de nutrição desse fungo, a esporotricose também é conhecida como “doença do jardineiro”. 

Isso porque muitos desses profissionais acabam se infectando durante as suas atividades de trabalho. 

Além disso, como se sabe, a esporotricose felina é muito disseminada por meio dos gatos. Entretanto, é errado dizer que esses animaizinhos são os vilões nessa situação, pois eles são vítimas, como todos os hospedeiros desse fungo.

Nesse sentido, a propagação da esporotricose felina se dá devido ao comportamento típico dos gatos, que inclui brigas por território, fugas frequentes, predisposição sexual e pela carga microbiana, que se apresenta maior nessa espécie. 

Essas características aumentam as chances de contaminação porque o fungo pode ser transmitido por arranhadura, lambedura ou mordedura, o que é facilitado nas situações apresentadas.

A partir disso, humanos e outros animais podem se infectar por meio dos felinos devido ao contato próximo, que possibilita arranhaduras por acidente ou transmissão por saliva. 

Além disso, os ratos também representam uma fonte de infecção para os gatos, visto que eles podem estar com o fungo quando são predador por esses felinos.

Quais são os sintomas da esporotricose felina?

O sintoma mais conhecido da esporotricose felina são as lesões cutâneas, que se caracterizam como úlceras e nódulos, geralmente encontrados na cabeça, principalmente no nariz. 

Além disso, pode ocorrer a infecção cutâneo-linfática, na qual o fungo passa da pele para os órgãos linfáticos, ocasionando prostração e aumento desses órgãos, como esplenomegalia e aumento dos linfonodos. 

Outro ponto de destaque é a possibilidade de ocorrência da forma disseminada, a qual acontece com a disseminação do fungo por outros órgãos, tornando o caso mais perigoso.

Nesse sentido, o tipo de manifestação de esporotricose felina que ocorrerá será determinada de acordo com a resposta imunológica do gatinho. 

Como diagnosticar a esporotricose felina

É importante que o médico veterinário exclua a possibilidade de esses sintomas serem por outros motivos, como clamidiose felina, criptococose, parasitas ou até mesmo alergias. 

Por isso, é fundamental que ele realize alguns testes, como hemograma, exame bioquímico e urinálise para descartar outras possibilidades.

Entretanto, as maneiras mais confiáveis para obter o diagnóstico são por meio da citologia, histopatologia, cultura do agente etiológico e PCR com uma amostra da lesão cutânea. 

Gato com pelo rajado ao lado de um arranhador
Arranhadores evitam o uso de madeiras possivelmente infectadas

Como deve ser o tratamento 

O tratamento para a esporotricose felina se dá por meio da terapia com antifúngicos do grupo dos “azóis”, sendo o itraconazol e o cetoconazol os mais usados.

Entretanto, é bastante comum que ocorra a esporotricose refratária, que consiste na resistência do fungo ao tratamento utilizado.

Nesse caso, por meio de pesquisas e testes, descobriu-se que a associação desses antifúngicos com Iodeto de Potássio ou Anfotericina B traz bons resultados no tratamento para a esporotricose felina. 

Vale dizer que o tratamento precisa ser continuado por um mês depois da cura clínica, ou seja, do desaparecimento dos sintomas. Também é importante dizer que pode ocorrer recidiva, com reativação das lesões.

A prevenção para a esporotricose felina 

Infelizmente, não existe uma vacina para a esporotricose felina. Sendo assim, é de extrema necessidade que os tutores proporcionem a castração dos seus gatos. 

Isso porque essa atitude vai atenuar os comportamentos que aumentam as chances de infecção, como brigas por território e fugas por fêmeas no período de estro.

Além disso, evitar o contato dos gatinhos com outros animais desconhecidos, que você não conhece os hábitos que tem, é muito importante para evitar a esporotricose felina.

Ademais, é de grande relevância impedir que seu gatinho saia para caçar, por exemplo. Isso porque ele pode ter contato com ratos infectados, que passarão o fungo Sporothrix, entre outros fungos e bactérias perigosos.

Gostou das informações que foram passadas sobre a esporotricose felina? Você conhecia tudo isso sobre essa doença?

Se foi do seu interesse, continue acompanhando o blog para mais conteúdos como esse! Até o próximo! 

Leia também:

FIV e FeLV: sintomas, tratamento, prevenção e mais

Cinomose: entenda de vez essa doença

Conheça as 12 raças de gatos mais populares

Fontes:
(oup.com)(wagwalking.com)

Compartilhar