Doença do carrapato em cães: o que é, quais os sintomas e como tratar?

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Com certeza você já ouviu sobre a famosa doença do carrapato e teme que seus cãezinhos sofram com ela, não é mesmo?

Essa é uma doença muito comum entre os cachorrinhos, e é importante que você conheça mais sobre os sintomas, as características e como tratá-la. 

Continue acompanhando esse artigo para mais informações sobre esse problema tão comum! 

O que é a doença do carrapato? 

A doença do carrapato consiste em infecções de bactérias ou protozoários causadas pela picada de carrapatos hematófagos. 

Há algumas espécies de carrapatos, e alguns têm maior predisposição por bovinos, aves, cães, entre outros animais. 

Em bovinos, por exemplo, a principal bactéria transmitida é a anaplasma marginale, pelo Rhipicephalus sanguineus, e infecta os eritrócitos desses animais.

Nesse sentido, em relação aos cães, há duas espécies de carrapatos muito comuns envolvidos com a doença do carrapato, que são o Rhipicephalus sanguineus e o Amblyomma cajennense. 

Veterinário coletando sangue do cachorro para avaliar a gravidade da doença do carrapato
Médico veterinário coletando amostra de sangue de um cãozinho

Rhipicephalus sanguineus 

Esse carrapato, também conhecido como “carrapato vermelho do cão”, é o mais comum a transmitir uma das doenças do carrapato mais conhecida, que é a erliquiose, desenvolvida a partir da infecção pela bactéria Ehrlichia canis.

Essa é uma bactéria que infecta os glóbulos brancos dos animais, afetando o sistema imune, assim como as plaquetas. Dessa maneira, o animal tem deficiência na coagulação sanguínea e na produção de hemácias, assim como na defesa do organismo.

Além disso, esse carrapato pode transmitir também a bactéria Anaplasma platys, que assim como a doença do carrapato anterior, também infecta os glóbulos brancos, causando as mesmas consequências.

Outra doença do carrapato de extrema relevância é a babesiose, causada pelo protozoário Babesia canis, transmitido pelo Rhipicephalus sanguineus. A diferença, nesse caso, é que os glóbulos vermelhos são infectados, que são os eritrócitos. 

É importante dizer que a principal consequência se dá na deficiência de oxigênio para a formação de ATP, necessário para o funcionamento do organismo. 

Essas doenças podem acontecer de forma concomitante, ou seja, o mesmo carrapato pode estar infectado com mais de um agente infeccioso. 

Amblyomma cajennense

Já o Amblyomma cajennense, também conhecido como “carrapato-estrela”, é muito conhecido por transmitir uma bactéria chamada Rickettsia rickettsii. Essa bactéria causa uma doença chamada de “Febre Maculosa” no cão. 

A bactéria invade as células endoteliais vasculares do animal, o que prejudica a proteção de veias e artérias. Além disso, essa é uma zoonose, portanto pode ser transmitida para humanos também. 

Sintomas da doença do carrapato 

Os sintomas das doenças do carrapato são bastante semelhantes, e costumam ocorrer de 2 a 14 dias após a picada.

Na erliquiose e na anaplasmose, nas quais as bactérias atingem os glóbulos brancos do cãozinho, o principal sintoma esperado é a hemorragia. 

Isso se dá pela destruição das plaquetas, que são responsáveis pela coagulação sanguínea. Além disso, é possível observar anemia, por meio das mucosas pálidas, letargia, vômitos e diarreia. 

Em relação à babesiose, o principal sintoma é a anemia, com a destruição dos eritrócitos. Sendo assim, é possível observar icterícia, que ocorre porque a bilirrubina advém do grupo heme da hemoglobina, que compõe o eritrócito. 

Se há uma grande quantidade de eritrócitos sendo destruídos, o fígado não consegue metabolizar toda a bilirrubina, que fica acumulada nos tecidos. 

Além disso, é comum observar letargia, falta de apetite, mucosas pálidas, sangue na urina e esplenomegalia. 

Já no que diz respeito à Febre Maculosa, é comum a febre, dor nas articulações, vômito, diarreia, edema, sangramento nasal, dor abdominal e anemia. 

É importante dizer que na fase inicial, chamada de fase aguda, é comum que o animal apresente apenas sintomas de falta de apetite, febre e apatia, o que pode parecer que o cãozinho comeu algo que o fez mal. 

Já na fase subclínica, que ocorre de 6 a 10 semanas após a infecção, o animal pode não apresentar sintomas, e os sinais da doença do carrapato podem ser vistos apenas por meio de exames. 

Se o organismo do peludo não conseguir combater o agente infeccioso, ele passará para a fase crônica da doença do carrapato, que são mais graves e de fácil percepção, como hemorragia, anemia grave e infecções secundárias, devido a destruição de leucócitos, que fazem parte do sistema imune. 

Cachorro bicolor dando a patinha
Cachorrinho mostrando a patinha

O diagnóstico 

Em relação ao diagnóstico, o meio mais rápido, feito em consultórios veterinários, é o exame 4DX.

Esse é um teste rápido sorológico que utiliza uma gota de sangue do animal para detectar anticorpos para doenças do carrapato, como erliquiose e anaplasmose. É importante dizer que ele fica pronto em alguns minutos apenas.

Para outras doenças, como a babesiose, o diagnóstico deve ser feito por esfregaço sanguíneo, ELISA ou PCR. 

O médico veterinário deve solicitar exames bioquímicos para avaliar os níveis séricos de alguns elementos. É esperado que se observe trombocitopenia, bilirrubinúria, hematócritos e hemoglobinas baixas, e leucopenia. 

Como prevenir a doença do carrapato 

A melhor forma de evitar a doença do carrapato é aplicar preventivos contra pulgas e carrapatos, que podem ser em forma de comprimidos, spray ou coleiras com substâncias dispersoras.  

Nesse sentido, vale dizer que esses meios de prevenção são completamente seguros para o animal e seus tutores, e é importante solicitar a avaliação do médico veterinário sobre qual item escolher.

Além disso, é fundamental salientar que a doença do carrapato tem transmissão vertical, ou seja, da mãe para o feto. Sendo assim, cadelas prenhas devem receber muita atenção dos seus tutores em relação a isso. 

Como tratar a doença do carrapato

A doença do carrapato é tratada por meio de antibióticos, que podem ser combinados, a depender do estágio e evolução do problema. 

Entretanto, vale dizer que a Doxiciclina, o principal antibiótico sugerido para o tratamento da doença do carrapato, não deve ser administrada em fêmeas prenhas ou lactantes.  

Isso porque ele pode causar má formação óssea e dentária no feto, além de toxicidade na mãe. Nesse caso, é fundamental avisar ao veterinário sobre a condição da cadela.

Em alguns casos de trombocitopenia, será necessária transfusão sanguínea, assim como fluidoterapia em quadros de desidratação e hipoalbuminemia.

Viu como a doença do carrapato, apesar de causar graves problemas, pode ser evitada? Se esse artigo foi útil para você, continue acompanhando o BichoIdeal para mais informações!

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Fontes:

https://vcahospitals.com/know-your-pet/ehrlichiosis-in-dogs
https://vcahospitals.com/know-your-pet/babesiosis-in-dogs
https://www.germantownah.com/site/blog-memphis-vet/2020/11/13/rocky-mountain-spotted-fever-in-dogs#:~:text=Rocky%20Mountain%20spotted%20fever%20(RMSF)%20is%20an%20acute%2C%20tick,tick%2C%20or%20brown%20dog%20tick.
https://www.westportveterinary.com/site/blog-westport-vet/2021/01/11/tick-borne-diseases-dogs

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